Havia um casal que brigava muito, eram muitos insultos e ofensas de todo tipo.  Mas um dia a briga se tornou excessivamente violenta e houve agressão física, e por causa disto ambos foram levados à presença de um juiz  para que se determinasse a culpa.
Como ambos trocavam acusações o juiz chamou o filho do casal, um menino pequeno, e lhe perguntou:
- Conte para mim, menino :  quem começou a briga ? Foi o seu pai ou foi a sua mãe ?
E o menino, com aquela ingenuidade infantil, respondeu:
- Não sei quem começou a briga...não sei se foi somente papai ou se foi somente mamãe !
 


          Na nossa vida diária isso acontece muito.  A maior parte dos problemas que temos com outras pessoas se deve à nossa língua. Quer dizer, falamos o que não devemos, acabamos falando demais e quando falamos demais vamos entrar em conflito com alguém que também se achará no direito de dizer o que deseja a nosso respeito.
          Por experiência própria eu afirmo:  70 %  dos problema que tive na vida foram causados por coisas que eu disse, e não teriam acontecido se eu tivesse ficado calado.
         Seguidamente seremos provocados por outras pessoas.  Mas quem se vê na necessidade de nos provocar certamente não tem o nosso nível moral e por isso devemos ignorar essas provocações.  Ceder  a  esse  tipo  de provocação não nos equipara ao mesmo nível do nosso agressor  ?
         Aquele ditado  “Quando um não quer dois não brigam”  está absolutamente certo.  Para que aconteça uma briga tem que haver a concordância de ambas as partes. A pessoa não pode brigar sozinha, para que haja uma briga é preciso pelo menos duas pessoas.
        Há situações que eu classifico como  “sumidouros de energia” , situações que simplesmente nos drenam. E nada nos drena mais do que a troca de agressões, as discussões inúteis (também chamadas de bate-bocas).
        O mais grave é que na hora da raiva somos dominados pelo instinto e nessas ocasiões é muito comum dizermos coisas que na verdade não queríamos dizer. Amizades de uma vida podem terminar em um minuto porque alguém não se dominou e disse o que não devia.
       Mas o problema é que a maioria das pessoas acha que “calar é engolir sapos” e por isso revidam. Em outras palavras, são dominadas pelo Ego e pelo Orgulho. Vejamos o seguinte:  estamos quietos, cuidando de nossa vida e de repente surge uma pessoa (mesmo nossa amiga) claramente disposta a brigar, esbravejando, dizendo coisas horríveis e fazendo acusações  absurdas.  Nesse exemplo essa pessoa veio disposta ao tudo ou nada, enfim, ela veio preparada  para  a  briga.   Só  que  nesse caso o elemento surpresa está contra ela e a nosso favor :  ela já está dominada por uma energia negativa e se você manifestar uma reação também agressiva  você estará fazendo o que ela espera de você, ou seja, ela veio procurar briga e achou.
Mas seria muito desagradável que isso acontecesse porque VOCÊ não manifestava aquele estado de espírito, portanto você estava no controle das suas emoções e não precisava responder ao ataque.
        Se engana muito a pessoa que acha que em uma troca de ofensas tudo se resume a palavras :  o clarividente poderá ver a torrente de energia nefasta que sai de um em direção ao outro. Uma energia escura, muito nociva.
        No calor da discussão prevalece o ÓDIO:  você jamais pode ignorar isto.
        O Ódio é mais do que apenas um sentimento negativo:  é um sentimento inferior, destrutivo e auto-destrutivo, que manifesta consequências físicas e astrais, e toda pessoa comprometida com a própria evolução tem de começar a bloquear as portas por onde esse sentimento possa se manifestar.  Claro que isso nem sempre é fácil, mas se fosse fácil não haveria nenhum mérito em dominar as paixões inferiores :  dominar os sentimentos destrutivos é uma conquista das vontades soberanas.
        E, pensando bem: há coisa mais sem sentido do que dispersar e desperdiçar energia em discussões inúteis e trocas de insultos ?
        Em uma troca de insultos a questão jamais será “quem venceu” , porque ninguém vencerá nesse tipo de coisa ; a questão será saber quem perdeu menos energia.
       Dizer  “venci aquela discussão” é a própria essência da “vitória de Pirro” . E uma vitória de Pirro é sempre uma vitória aparente, que na verdade esconde um prejuízo, enfim, uma vitória que não vale seu custo.
 
      Um grande abraço.
      Vida e Vitória.
                                                          Mago  Daniel
                                                      Anno  IX  in  Solis  Traditio
 
     Escrito no Templo do Mago às 05:00Hs. do dia 20 de Novembro de 1999  a.D.
 
 
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