E contava estórias de
espuma das ondas do mar,
de nuvens dançando ao sabor de ventos frios,
e lágrimas abundantes que formam rios.
Contava sobre as sementes não
nascidas,
das glórias que não vieram e das
vitórias perdidas,
e daquilo que poderia ter vindo mas não vai chegar.
Estórias de pétalas de rosas que não mais florescem,
de sonhos que desaparecem...
Estórias de lutas e lutos, de
guerras e vãos esforços,
de pesar por maldades feitas convidando remorsos...
De esperanças que Pandora mantém cativas em tormento
e de pássaros que não mais prestam homenagem ao vento.
Por fim dei um basta em
visita tão atroz
e a alma lhe pediu que fosse embora
porque a tristeza já estava aqui
dentro e não mais lá fora
-Cala-te porque já não quero mais ouvir tua voz!
E ela foi-se embora mas muita vez tentou me fazer visita :
”Nunca mais a deixes entrar” ,
falou à alma a voz da Razão...
-Tristeza, sabes como ser malquista,
mas eu aprendi a
ser mau anfitrião.