Houve
uma voz uma vez
Ó
Mago Daniel de Ávila
Houve uma voz uma vez
que falava a quem não queria ouvir...
a quem fechava os ouvidos da Alma,
a quem o Espírito desconhecia a calma,
a quem já não sabia mais sentir.
Houve
uma voz uma vez
que ecoava sobre campos e cidades
falando de amores e felicidades
e sobre tudo que dá paz ao coração...
falava contra medos e maldades,
contra o que é nocivo e a iniqüidade,
recomendando bênçãos e compaixão.
Houve
uma voz uma vez
que falou ao ouvido da mulher sórdida, nefasta
e ao ouvido do homem cruel, pernicioso,
ouvidos moucos, fechados ao que é precioso :
mais perto das Trevas, tanto mais da Luz se afasta !
Houve
uma voz uma vez
que falou de bondade, amor e pureza...
falando coisas elevadas e de um nobre sentimento,
em tudo que dizia sempre um grande ensinamento,
em cada palavra, harmonia, enlevo e nobreza .
Um
dia a voz que houve uma vez se calou
silenciada por quem não gostava do que a voz dizia
porque nem todos compreendiam o que ela falava
ou, outra índole, compreendia mas desagradava
porque a voz não fazia eco nessa alma vazia.
Isso
aconteceu há muito tempo
mas a voz que houve uma vez ainda ecoa na alma do mundo,
e mesmo por pouco tempo foi tão grande a mudança que ela fez !...
tudo tão permanente, tão correto e tão
profundo
e tudo o que eu queria poder, ao menos por
um segundo,
era ouvir o que dizia a voz que houve uma vez !