I  Parte

 

                                            Hoje, neste Liceu, explanarei a respeito da preocupação do Mestre Aristóteles para com a formação do homem enquanto ser integral e útil à ele mesmo e à sociedade em que estiver inserido.
                                    Aristóteles é muito veemente quanto à formação do homem, o que pode ser constatado por um estudo de suas obras, onde se verificará que uma grande parte de seus escritos é dedicada ao estudo, indução e aquisição daquilo a que ele chamou de excelências, que seriam a excelência moral, a excelência espiritual, a excelência física, a excelência intelectual, etc.
                                   Segundo o Mestre, todas as formas de excelência estão ao alcance do homem que se obstine a atingi-las.  Então ele passa a explanar a respeito de formas de atingir a essas excelências, por exemplo, ao enfatizar a necessidade do seguir sempre o caminho do meio, definido por ele como a Áurea Mediocridade.
                                   O mestre se refere á felicidade como sendo a aquisição das excelências, em especial a excelência moral, que seria a chave para a aquisição de todas as demais.  É que sem um alto senso de moralidade o homem não vê quais seriam as razões pelas quais deveria buscar, por exemplo, a excelência espiritual.
                                   Mas foi dada também uma ênfase à excelência intelectual, que seria  aquela que nos esclarece sobre a natureza das outras e pode nos apontar caminhos e soluções.
                                  O objetivo principal do mestre era tratar a respeito da criação de um homem integral, um cidadão completo em todos os sentidos, algo a que os pósteros chamaram de "cavalheiro aristotélico", que nada mais era do que Aristóteles chamava de Guerreiro Feliz.  Aliás, esse termo foi recentemente apropriado por pessoas curtas de idéias e foi transformado em "guerreiro da luz" e coisas desse jaez, mas em cuja descrição está tudo aquilo que o Mestre Aristóteles estabeleceu. 
                                  O Guerreiro Feliz de Aristóteles é o cidadão útil à sua sociedade, que tem desenvolvimento espiritual, mental e intelectual, em suma, é alguém que não passou a vida em branca nuvem e que à medida em que  vai se desenvolvendo vai ajudando outros a atingir seu nível, porque, acima de tudo, o cavalheiro aristotélico não é egoísta.
                                   Em todas as suas explanações a respeito do homem transparece uma preocupação muito grande com a ética, que se tornou inclusive o título de um de seus trabalhos mais magistrais.   Fica então para nós que a ética é a ciência do homem integral.  Segundo o Mestre, sem ética não existe qualquer possibilidade de se obter esse homem integral, posto que a falta de um forte senso ético torna todas as excelências incompletas em sua essência.

 

                                                                                

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

 

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