qui conversarei com o meu leitor a respeito de algo sobre o qual me são encaminhadas muitas perguntas :  fantasmas.
                    Espero não decepcionar o leitor mas é preciso esclarecer que não existem fantasmas.  Mas o fenômeno existe.  Como assim ?  Explicarei.
                     A imagem que se tem a respeito de um fantasma seria o espírito de uma pessoa falecida, que volta para assombrar os vivos, buscar vinganças, etc. e relatos sobre isso estão em todos os países e culturas. Em decorrência disto criou-se até toda uma disciplina espiritual de cultuamento e respeito aos mortos, a que se deu o nome de Culto aos Antepassados, que é nada mais que uma tentativa de acalmar os espíritos dos mortos para que eles não tenham motivos para voltar.  No Japão esse culto está muito presente e nas sepulturas são colocadas oferendas, com flores, comida, bebida, objetos, tudo aquilo que se espera que seja do agrado do falecido.  Pode-se dizer que é quase que uma tentativa de suborno, onde se tenta comprar a promessa de que o espírito não volte para atormentar seus parentes e amigos.
                       Para que você, leitor, compreenda melhor a natureza do fenômeno a que se convencionou chamar de fantasmas será mais proveitoso que, antes, por eliminação, vejamos
O QUE NÃO É um fantasma.
                       Primeiro, um fantasma 
NÃO É  o mesmo que larva astral.  Para conhecer o que é a larva astral você pode ir verificar o capítulo LARVAS ETEREAS, onde há inclusive fotos.
                       Segundo, um fantasma não é
fogo fátuo.  O fogo fátuo é visto à noite nos cemitérios do mundo todo e sempre que é visto se diz tratar-se das almas em agonia pedindo preces e outras coisas. Mas o fogo fátuo é um fenômeno químico :  os gases da decomposição orgânica se liberam da sepultura e em contato com o ar inflamam-se. O fogo fátuo é algo assustador :  de repente, de uma sepultura qualquer desprende-se uma língua de fogo de mais de um metro de altura, que some imediatamente.  Obviamente que isso deve causar pânico em quem esteja por ali à noite, se bem que os vigias de cemitérios já se habituaram a isso. Raríssimamente acontece de dia :  é um fenômeno basicamente noturno.
                        Terceiro, um fantasma não é o mesmo que 
forma-pensamento. Aquilo a que se dá o nome de forma-pensamento é energia mental plasmada de forma intencional. Trata-se de uma entidade semi-animada, criada mentalmente para atuar no plano físico por um tempo pré-determinado, curto, e sempre com uma missão específica. Normalmente a forma-pensamento pode ser utilizada como um auxiliar eventual de um magista, se bem que, dependendo do grau iniciático desse magista ele preferirá ter como auxiliar uma egrégora individual por se tratar de uma entidade mais sofisticada para determinadas missões. Aqui peço ao leitor que não confunda a egrégora individual com a egrégora de Ordem, que é aquela de caráter protetor.  Para saber mais sobre elas, visite o capítulo sobre EGRÉGORAS.

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                         Tendo explicado o que não é, passemos então para o que é um fantasma.
                         O fantasma pode ser melhor explicado pela Física do que pela Metafísica, por se tratar de um fenômeno do mundo natural.  Está ligado a algo que a Física chama de memória molecular.   Em resumo, os objetos, ambientes e lugares podem reter a "memória"  de coisas que aconteceram ali, e sob determinadas circunstâncias essas imagens podem ser mostradas.  É como se fosse uma espécie de Registro Akáshico da matéria.
                          Um objeto que tem essa faculdade são os espelhos.  Eles podem reter ali imagens que foram refletidas neles e que tenham sido acontecimentos marcantes, onde o psiquismo dos envolvidos literalmente foi gravado nele.  Por exemplo, um espelho pode registrar uma cena onde ocorreu um assassinato em determinado quarto.
                          Mas falemos do fantasma típico, aquele que aparece na frente de uma pessoa.  Ele também é uma imagem, ele pertence à memória psíquica daquele lugar.  Observe-se que nesses relatos de casas assombradas onde se diz que naquela casa há mais de um fantasma, sempre se mencionará que cada fantasma tem seu determinado lugar.  Tem um que assombra o salão principal ;  outro só aparece em um certo quarto, tem um que "mora" no porão e outro que só se manifesta no sótão, sem falar naquele outro que só aparece nas escadarias. Isso não é curioso ?  Não se tem notícia de um "fantasma"  que assombre a casa toda, ele sempre estará restrito a determinado ambiente.
                           Isso acontece porque não é uma manifestação fantasmagórica, como querem alguns. Aquela imagem está gravada na memória daquele ambiente.  Uma coisa que tem de ser dita é que esses "fantasmas"  NUNCA aparecem ali se comunicando :  eles parecem sempre estar ignorando a presença da pessoa que está ali observando. É exatamente como se fosse uma projeção, um filme.  Não há isso de fantasmas interativos, as imagens podem ter movimento mas são sempre os mesmos movimentos, não importa quantas vezes se repitam.  Isso acontece muito com espelhos, onde as cenas registradas serão sempre as mesmas.

 Um fantasma  NÃO  É : :
uma alma de outro mundo
um espírito que pede preces
uma alma sofredora


                               Uma pessoa que sentia muitas dores ao subir e descer determinadas escadas pode ter tudo seu psiquismo gravado ali, e agora, mesmo séculos depois a imagem ainda poderá ser vista sob determinadas condições do ambiente.
                               Um ambiente que foi palco de um acontecimento trágico poderá conservar algumas cenas que sob forte emoção ficaram registradas.
                               Há segmentos religiosos, como os espíritas, que querem que os fantasmas sejam considerados manifestações de espíritos desencarnados, para corroborar suas teorias segundo as quais os espíritos podem continuar interagindo no plano físico, especialmente se estão presos por causa de suas paixões.  Disso vieram as lendas de fantasmas que guardam tesouros e outras coisas desse jaez.
                                Aqui não entrei no mérito da questão pois não é este o propósito do capítulo, mas de fato existe a possibilidade do chamado espírito permanecer na Terra por algum tempo após o desencarne, mas até poderíamos chamar isso de  "trâmites burocráticos", já que o motivo disto é sempre a teimosia da entidade espiritual em aceitar sua nova condição. Mas querendo ir ou não ela tem de deixar a Terra.  Melhor seria se o fizesse de livre e espontânea vontade mas se assim não for ela o fará de maneira forçada, mas irá embora.  O tempo dessa permanência normalmente será de poucos dias.
                                Os espíritas dizem que por vingança e nos casos de morte violenta o espírito pode permanecer na Terra para atormentar quem foi responsável por sua morte.  Se essa teoria absurda tivesse um mínimo de veracidade seria um caos, pois com o crescimento da violência é fácil imaginar a quantidade de pessoas que morrem diariamente de forma repentina, cruel e violenta. Então, daí se concluiria que ao menos uma boa parte de espíritos furiosos estaria por aí a assombrar seus matadores,  o que tem-se a impressão de não ser o caso, já que eles continuam sua atividades até de forma cada vez mais intensificada.
                                 Contam-se histórias de fantasmas de velhas senhoras que rondam determinados túmulos em cemitérios.  Quando se vai ver do que se trata se costuma descobrir que aquelas senhoras nem sequer foram enterradas naquele cemitério, daí se pergunta :  então o que o fantasma dela faz aqui ?  É que não são fantasmas.  Normalmente se descobre que aquele túmulo à volta do qual ela costuma aparecer é o túmulo do marido ou de algum filho dela.  Quando viva aquela senhora passava muito tempo ali, chorando e se lamentada por aquela perda, e isso foi registrado no ambiente, vai se plasmando, até que pode ser visto ocasionalmente na forma de imagens algo desfocadas e etéreas que dão a impressão de tratar-se de fantasmas.  Muitas vezes quem sabe muito  dessas historias são os vigias de cemitérios, que seguidamente vêem tais coisas. Se dirá que é um fantasma que anda sempre perto de determinado túmulo, mas que pertence a alguém que não é o fantasma.  Logo se descobrem os laços de parentesco.  Às vezes  esses mesmo vigias conheceram aquela senhora que frequentava aquele lugar e dirão que aquela senhora que agora aparece como fantasma vinha sempre e ficava horas e horas chorando ali.  E continua fazendo isso, mas na forma de imagem registrada.  O psiquismo de uma pessoa pode ser forte o bastante para registrar imagens etéreas que de tempos em tempos serão vistas.

            
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