Nas
minhas homepages anteriores os capítulos nos quais eu me apresentava isso era feito na
terceira pessoa. Aqui vou fazê-lo na primeira pessoa para que o ambiente seja tão
descontraído quanto me seja possível.
Sou um homem reservado, formação militar. Leio muito, na verdade sou um leitor
compulsivo. Acho que a cultura é importantíssima para todos, penso que as pessoas deviam ler mais e
descobrir que existem tesouros nos livros, principalmente aqueles que ficam esquecidos em
estantes. Aqui mesmo nesta Mega-page inseri um capítulo chamado Crestomatia com
uma lista de obras selecionadas que considero indispensáveis para quem deseje
começar a entender como funciona este e outros mundos. Creio que apenas
com o que está nesta lista já dá para manter uma pessoa normal ocupada por uma
ou duas vidas.
Desde
muito cedo eu recebi o " Chamado " . O "Chamado"
é algo muito difícil de explicar, e só quem recebeu sabe o que quero dizer.
Esse Chamado é um apelo que nos chega, nos convidando a seguir um Caminho,
que neste caso foi o
da Magia. Não há uma ocasião ou época para isso. O chamado pode vir
muito cedo, como no meu caso, ou pode vir muito tempo depois, o que não é
incomum. O importante é que o Chamado venha, de forma verdadeira, um
convite do Cosmos.
No meu caso o interesse por assuntos místicos despertou muito cedo. Eu vivia
nas livrarias, mas tinha uma predileção especial pelas de livros usados,
porque ali eu sempre achava muitos livros bons e por preços que eu podia pagar.
Sempre achei que a leitura era imprescindível, e no meu caso isso foi o fator
preponderante. E não
era apenas a literatura esotérica que me atraia. Nesses sebos eu encontrei A
Divina Comédia (os 3 volumes) , encontrei todos os do Castañeda, os do Jorge
Amado, o Guerra e Paz, obras completas de São João da Cruz,
de Santa Teresa de Ávila, de Jorge Luís Borges, e muita coisa boa, sempre por ofertas excelentes. A minha
formação cultural deve muito aos sebos.
Nessa época eu queria ingressar nas Sociedades Iniciáticas. A primeira porta
em que bati foi na Maçonaria. Eu fui à sede local do Grande Oriente, haviam
poucas pessoas lá no momento pois o templo estava em reformas, vários
operários, marteladas, cheiro de tinta, etc. Fui atendido por um senhor muito
atencioso e simpático que conversou comigo e me deixou ver o templo por
dentro, já que estava aberto para reformas. Fiquei deslumbrado com a
suntuosidade e reforcei meu desejo de fazer parte daquilo. Mas
aquele senhor me explicou que existiam impedimentos, e tudo começava pela idade,
que já proibia minha admissão, salvo se eu fosse lawto, filho de maçom, o que
não era o meu caso. Mas me indicou um caminho muito bom, enquanto esperava a
oportunidade, apesar de que deixou bastante claro que essas admissões são
mediante convite. Por uma dessas coincidências do destino, dois anos
depois, quando eu estava servindo na FAB, fui encontrar aquele mesmo senhor como
funcionário civil na mesma Unidade que eu, e minha "situação
maçônica" se resolveu. De fato, não sei se poderíamos chamar de
coincidência o fato de ter encontrado aquele mesmo homem dois anos depois
trabalhando no mesmo lugar para onde fui designado no Serviço Militar. Alguém
chamará de coincidência, outros de sincronicidade, outros ainda dirão que
"o universo conspira a seu favor", mas eu vejo como uma singularidade
quase que inteligentemente planejada. Claro que não houve planejamento algum, ao
menos não do ponto de vista humano, mas houve mesmo uma situação inusitada.
A seguir ingressei na Ordem Rosacruz, depois na Martinista, e várias outras
Ordens. Aprendi muita coisa em cada uma mas em todas haviam coisas com as quais
eu não concordava e por isso eu estava sempre incompleto, mas estudando muito.
Aos mestres de todas essas Ordens eu fazia muitas, muitas perguntas, apresentava
idéias, escrevia ensaios e ia me sobressaindo. Sem saber isso foi chamando a
atenção de um Mestre de uma Tradição da qual eu nunca havia ouvido falar,
que estava acompanhando as minhas atividades a algum tempo. E ele fez amizade
comigo, e conversávamos sem que eu soubesse quem ele era. Várias vezes ele
escondeu seus conhecimentos e vinha me fazer perguntas e tirar dúvidas sobre
assuntos, fingindo que ele não fosse um Mestre. Dois anos depois ele finalmente
se apresentou, e disse que eu estava pronto. Me tomou como discípulo e me
apresentou à Tradição de Argamthus.
E na minha vida profissional também muita
coisa foi mudando, fiz alguns cursos militares, concursos, tive promoções, mudanças de
Unidade, etc.
E meu discipulado durou quase 7 anos, e nesse período expandi os conhecimentos
muito além do que eu imaginava ser possível, me foram mostradas coisas
incríveis, aprendi a usar faculdades superiores da mente e compreendi que tais
coisas são acessíveis a todo aquele que se submeta à disciplina espiritual,
sem a qual não se atinge os objetivos . A disciplina militar a qual eu estava
submetido também ajudou bastante a domar qualquer instinto de preguiça ou
acomodação que eu ainda pudesse ter. E aprendi que a Magia pode fazer parte da
vida das pessoas
comuns, das pessoas como todas as outras mas que isso depende do empenho de cada
um. Aprendi que é
apenas uma visão romântica imaginar um
Mago como alguém que é todo-poderoso, que se veste de capa
preta e vive isolado em lugares inacessíveis. Os Magos circulam entre as
pessoas, convivem com elas, são um com elas. Eu sou assim, uma pessoa comum. Fiz
o que eu queria fazer, não traí o meu destino e fui em frente. Mas não sou
alguém especial, não sou uma pessoa superior nem nada dessas coisas que tanto
agradam ao Ego. Na verdade, eu não sou nada que você gostaria de
ser.
Meu Mestre se tornou meu Amigo, se tornou o pai que não tive.
Aos Discípulos chega um momento em que devem se preparar para a Iniciação. A
Iniciação é o mais importante rito de passagem da vida de todo magista, é um
momento solene. A Ordem de Arganthus tem a tradição de estabelecer tarefas e
provação final aos discípulos antes da Investidura ao Grau de Mago. A
tarefa que recebi foi percorrer o Caminho de Santiago.
Mas eu não sabia nada sobe o Caminho de Santiago. Eu sabia que ele
existia, que era na Espanha, e só. Eu sabia que um escritor havia lançado um
livro sobre isso mas eu não havia lido esse livro. Quando pedi detalhes ao meu
Mestre ele simplesmente disse que era uma "mensagem à Garcia" .
Isso é uma expressão militar, que significa que a missão foi dada mas a forma
de executa-la é por conta do executor. ( A História diz que quando começou a
guerra entre Espanha e Estados Unidos o então presidente McKinley precisava
fazer contato com um líder rebelde em Cuba, chamado general Garcia.
Então o presidente chamou um um homem, um mensageiro chamado Rowan, e lhe deu
uma carta para que fosse urgentemente entregue a Garcia. Esse mensageiro
simplesmente pegou a carta e saiu, sem perguntar onde encontraria esse general.
Mas ele procurou e encontrou, e conseguiu entregar a carta. Hoje, na gíria
militar, usar a expressão "é uma mensagem à Garcia" ,
equivale a dizer "isso é com você, se vire" ) .
Então pesquisei, busquei informações em toda parte, aproveitei minhas férias e a
férias vencidas e fui. No meu caso não foi apenas caminhada, haviam provas ao
longo de todo o trajeto, e muitas dessas provas envolviam seres incorpóreos.
Toda a minha experiência no Caminho eu relatei aqui mesmo nesta megapage.
Cumpri a tarefa e recebi a investidura ao Grau de Mago, a espada, o manto e uma
missão, que não posso revelar qual seja.
Logo vai chegar o meu momento de ter Discípulos, não mais de quatro,
simultaneamente. O sistema de instrução da Ordem de Arganthus é oral, o que
equivale a dizer que é muito intenso o contato Mestre-Discípulo. Eu sou
magicamente proibido de fundar uma seita, igreja ou promover cursos de Magia,
embora qualquer uma dessas coisas seria extremamente fácil para mim.
Leio muito, procuro estar sempre me atualizando, sempre fazendo o que chamo
de upgrade mental. Faço muita Caridade, grande parte com recursos
próprios mas também com a ajuda de alguns colaboradores, que possibilitaram a
ampliação dessa atividade. Infelizmente, esses colaboradores são pouquíssimos,
pois que as pessoas não são muito afeitas à caridade e coisas assim, e boa parte
acha que doar é perder algo que lhe fará falta, e nesses casos é melhor nem doar
nada mesmo, já que o apego fala tão alto dentro dessa pessoa. Mas é tudo feito em caráter privado, não sou ligado a
nenhuma Ong ou instituição de qualquer tipo.
Pratico alguns esportes, jogo xadrez e uso muito o computador. Tenho uma grande
atenção com a alimentação, procurando balanceá-la e tendo cuidado com a
aquisição de certos minerais. Costumo dizer que uma cabeça sem fósforo é
tão útil quanto um fósforo sem cabeça.
Adoro receber presentes, especialmente livros e incenso, e também gosto de dar
presentes às pessoas que mereçam.
Sou inimigo de todos os falsos magistas, falsas bruxas, pseudo magos e
similares, normalmente embusteiros que buscam lucro vendendo ilusões às
pessoas, e tornando ainda mais complicada a compreensão da Magia. Todo falso magista me
detesta porque sabe das minhas atividades combatendo-os. Contra eles eu atuo
física e espiritualmente, e eles sabem (e sentem) isso. Deus é muito
democrático, de forma que a maior parte dos tais "terríveis
segredos" que esses embusteiros e falsas Ordens dizem deter estão
aí, à disposição de quem tenha olhos para ver e ouvidos para ouvir.
Infelizmente não é todo mundo que é capaz de compreender essas coisas assim
dessa forma tão simples, e preferem a forma complicada de entender. Aí surgem
os embusteiros, criando dificuldades para vender facilidades. Eu sempre digo: se
uma relação Mestre-Discípulo envolve dinheiro, é falsa, um mestre que cobra
de seu discípulo é apenas um picareta. E toda Ordem que estabeleça uma
mensalidade fixa de forma que quem está em atraso é excluído é apenas um
caça-níqueis, um embuste. O Conhecimento não é vendido, não se pode dar um
preço a algo assim.
Pratico alguns rituais diários, normalmente quatro, (à meia-noite, 6 da manhã,
meio-dia e 6 da tarde, podendo haver variações em decorrência de compromissos
que me impeçam naquele momento) e neles eu forneço ajuda espiritual a todos os
que peçam por essa ajuda. O fato é que eu jamais nego ajuda a quem peça,
mas deve ficar claro que isto está na linha do merecimento de cada um e da
natureza da ajuda solicitada porque não raras vezes a ajuda que alguém me pede
implica em prejudicar outra pessoa, e nesses casos obviamente que não vou fazer
o que me pedem.
E pratico também vários exercícios espirituais.
Estou à disposição das propostas dos editores,
desde que não seja uma proposta como a de um certo editor que queria que eu
modificasse o meu nome para que ficasse "mais comercial".
Não há nada a meu respeito que seja um segredo sobre o qual eu não possa
falar. Obviamente estou me referindo a mim enquanto pessoa comum, pois do ponto
de vista iniciático há segredos da Ordem que, obvio, não devem ser referidos
publicamente. Afora isto, eu costumo responder a todas as perguntas que me são
feitas, e tenho orientado a muitas pessoas. Nunca deixo de responder a quem me
escreve. Ocasionalmente alguém me escreve para dizer que nesta biografia, embora
breve, parece haver lacunas e que alguns eventos mencionados parecem ir de um
para outro aos saltos. O que eu respondo é que não era minha intenção
fazer aqui alguma biografia completa, e sim dar alguma informação a meu
respeito. No mais, tudo o que você achar que ficou faltando ou que precise
de complemento, é o caso de perguntar, e para isso disponibilizei um botão de
"Pergunte ao Mago" logo abaixo, para que você possa enviar o seu email com
a pergunta ou comentário que tenha achado pertinente enviar. Não se deve dar às
pessoas mais informação do que elas precisem saber, mas de todo modo, o que
acharem que que é importante saber, tanto basta que me perguntem.
Acho que, basicamente, a meu respeito era isso. Tudo o que faltou pode ser
perguntado.
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